sábado, 27 de fevereiro de 2016

Meu Shangrilá Brasileiro

Never knowing my left from my right, my hat from my glove. I'm too misty and too much in love. Uma coisa que me impressiona é a facilidade com que as pessoas engolem as opções que lhes são enfiadas goela abaixo. Como, por exemplo, que PT ou Tucanos são as únicas possibilidades para o País. Ou que o PT representaria a posição mais à esquerda dentro de uma democracia capitalista. Vistas embaçadas, como nos versos da velha canção, aí em cima. Sempre que alguém faz críticas ao atual governo, aparece alguém pra contra-argumentar assim: “ah, mas o FHC”, “ah, mas o Aécio”... Como se todo e qualquer cidadão que não aprecia os métodos e processos do governo do PT estivesse desejando um governo mais à direita. Sinto-me no dever de informá-lo, meu jovem amigo petista! Eu não gosto do governo do PT porque desejo um governo mais à esquerda! Nada contra ações afirmativas (sou a favor!), programas de redistribuição de renda (também apoio!). O que eu não acho tão bacana é dar uma moedinha aos pobres com a mão esquerda e um saco (muitos sacos!) de moedas aos bancos com a mão direita. Não curto transferência maciça de dinheiro público pra iniciativa privada (usando “o social” como pretexto). Penso até que uma estratégia para permanecer no poder por 16 ou até 24 anos seria plenamente justificável (desde que pelo voto, bem entendido!) se fosse para viabilizar um projeto ambicioso de país. O problema é que tal projeto de país parece não existir. Vive-se da mão pra boca, vendendo o almoço pra pagar o jantar. Fazendo gambiarras eleitoreiras. Garantindo mais um mandato. Tá bom, vale dar uma boa ajudinha pros mais necessitados pra conseguir se (re)eleger. Nada contra. Melhor isso que nada disso ou o contrário disso. Em 15 anos, porém, países como a Coreia do Sul, Portugal e Islândia mudaram suas realidades pra muito melhor. Estruturalmente. Sim, Portugal passou um sufoco no contexto do euro. Mas se reergue. Rápido. E olhe que penou 40 anos de salazarismo. Quanta coisa dá pra fazer em 16 anos? Quanta coisa tem sido feita? Qual era o projeto do PT para o país? Não sei. Mas sei qual é o meu. Escola pública de excelente qualidade. Não estou falando de ir melhorando aos poucos, comparando com o muito pior que já foi. Falo em mirar num modelo de excelência e persegui-lo com metas, planos e ações concretas. Olhar o país pelo para-brisa e não pelo retrovisor. Gostaria se começasse pelo Piauí e pelo Maranhão, com um projeto-piloto de educação pública. Questão de justiça histórica. Já pensou nesses dois estados com escolas públicas de excelência, de sul a norte, de leste a oeste, ensino fundamental e ensino médio? Consegue imaginar cada jovem piauiense ou maranhense falando inglês fluente ao sair do ensino médio? A propósito, por que os estudantes brasileiros permanecem monolíngues após 12 anos de escola pública? Quantos anos de estudo são necessários pra se ter fluência pelo menos num segundo idioma? Que tal tomarmos a Escola Suíça como padrão para o ensino público? Ver como eles fazem e fazer igual? Ah, custa caro, né? Então, eu queria ver meus impostos sendo gastos assim! Saúde pública de boa qualidade. Segura. Disponível. Suficiente. De ponta. Estive lendo sobre o modelo português e me pareceu interessante. A conferir. Matrizes energéticas limpas. Reflorestamento ao invés de desflorestamento. (Comemorar diminuição de desmatamento é ridículo.) Não aos pesticidas e agrotóxicos. Remanejamento da atividade produtiva. Ao invés de mais consumo de supérfluos, mais comida, mais saúde, mais livros, mais internet, mais música, mais viagens, mais cinema, mais teatro, habitação digna, saneamento e água tratada pra todos. (E a China que se cuide. Quem tem que consumir bugiganga fabricada na China é chinês.) Secretrias de educação e de saúde trabalhando coordenadas, com prevenção e educação para a saúde preventiva. Urbanização de favelas, combate incansável à corrupção, reforma do sistema carcerário. Atualização do código penal. Reaparelhamento, modernização e otimização da Justiça. Defensoria pública pra quem quiser. Polícia instruída, bem preparada, bem aparelhada e cidadã. Forças armadas atuando pela paz, pelo bem-estar social e protegendo os valores democráticos. Diplomacia atualizada, inteligente e humanitária. Reforma política (sem mordomias, sinecuras ou privilégios). Faz sentido o representante viver melhor que o representado? Não! Secretários e ministros de transportes têm que se deslocar de transporte coletivo. Filho de ministro de educação tem que estudar em escola pública. Ministro da saúde se tratar na rede pública. Recomendação extensiva às famílias de todos. Se o serviço que seu governo oferece não é bom para o senhor e para a sua família, por que eu vou aceitá-lo para mim? Reforma tributária. Remanejamento e racionalização da arrecadação. Combate à sonegação e à evasão de dnheiro. Fortalecimento dos municípios e fim dos estados como divisão geopolítica. Os municípios se reorganizariam em grupos por proximidade e afinidade, planejando conjuntamente suas ações sociais e adminsitrativas. (Essa é bem maluqinha, eu sei. Mas adoro!) Tudo isso, e muito mais, é possível num regime democrático. Sem essa de ditaduras de esquerda. Tou fora! Esquerda pra mim é isso. O Estado fazendo o papel do Estado, a iniciativa privada o que lhe cabe e democracia em constante aprimoramento. As aspsirações são utópicas? Tá, mas são aspirações. Mirar em cima e partir pra cima. Ter metas. Ter projetos. Ter rumo e itinerários bem traçados. E jamais, em hipótese alguma, nivelar por baixo. Quanto tempo leva? Bem, já gastamos mais de 30 anos desde a redemocratização do país e muita coisa melhorou. É só continuar caminhando. Mas pra caminhar é preciso saber pra onde se quer ir. Meu Shangrilá brasileiro é esse aí. Quem topa? PS: Sr. Capitalista, abra os olhos e mude seu paradigma. Com saúde e educação pública e de qualidade ao alcance de todos, ninguém precisa de altos salários pra viver bem. E mesmo não ganhando grande coisa, sobra um tantinho pra gastar naquilo que o senhor produz nas suas empresas. Tá bom, tá bom, esse seu plano de saúde-financeira ia falir. Não ia precisar ter tanta farmácia... Mas aí o senhor abria uma produtora de cinema, uma editora, uma construtora de casas inteligentes, uma forncedora de energia solar, comprava umas fazendas de orgânicos, investia numa fábrica e papel feito de folha de bananeira, fibra de coco, palha de milho ou de arroz, aprendia com o Ernst como funciona a agrofloresta, comprava baratinho umas fazendas no sertão nordestino e transformava tudo em oásis.... que tal? Topa?

PANELAÇOS E PANACAÇOS

Quem não votou na Dilma e só bate panelas por essa razão. Quem se comporta como uma criança birrenta contrariada, acha que eleição é fla-flu e não aceita perder. Esses não têm ainda a educação cívica necessária à aquisição e ao exercício da cidadania . Todos os dias, torço fervorosamente para que Dilma conclua seu mandato. Não sou tão tola nem tão alienada a ponto de acreditar que o Brasil iria melhor nas mãos do Temer ou.... nem quero me lembrar das outras possibilidades. Tranquiliza-me, pelo menos em parte, notar que os afoitos pelo impedimento da presidente parecem ter arrefecido depois de se aperceberem que os pretextos alegadas eram uso e costume não apenas do PT, mas também de partidos de todo tipo e tendência. Telhados de vidro, no Brasil, se acham aos montes, sem ter que se esforçar muito. Além disso, se no dia primeiro de maio a Dilma ainda estiver na presidência, significará que o Ciro Gomes estava equivocado em seus cálculos e previsões. O que também não deixa de ser bom para o Brasil. (O Ciro chegou a afirmar que de abril ela não passaria.) Não votei na Dilma. Não votaria nela nem pra síndica do prédio onde moro. (Quem cuida dele é muito competente, por sinal. Os moradores estão bem satisfeitos e o admiram.) E já vai muito, muito longe o tempo em que eu dava um voto de confiança ao PT. Mas Dilma é a presidente do meu país, eleita – reeleita, aliás – em eleições livres. É isso que respeito e penso que quem tem juízo deveria respeitar também. Se não acredita em urna eletrônica, proteste entre as eleições, lute com todos os meios ao seu alcance para conseguir a volta do antigo sistema, ou de um sistema híbrido, ao invés de, se a apuração está concluída e o seu candidato não venceu, vir com aquela conversa de que urna eletrônica não é confiável, que houve fraude e blá... blá... blá... Porém.... Quem acha que a presidente fez promessas de campanha e não as cumpre. Que ela disse qua faria uma coisa e está fazendo outra. Que, reeleita, deu uma guinada e mudou totalmente a direção do seu governo. Que não está fazendo por merecer os votos que recebeu... Bem, quem assim pensa tem, sim, razões de sobra para estar decepcionado. A qualquer cidadão, tenha ou não votado nela, cabe o direito de se manifestar, caso entenda que a governante não procede bem. Se tiver votado nela, mais ainda. E pode fazê-lo por quais meios civilizados desejar. É claro que jogar pedra, dar tiro, quebrar, depredar não é expressar insatisfação. É praticar vandalismo, desrespeitar o patrimônio comum ou alheio, pôr em risco a integridade dos outros, faltar com a inteligência. Bater panela, demonstrar que não acredita em quem está falando, sim. É lícito, é democrático, é legítimo. Quem comprou geladeira nova no governo Lula agora está penando pra conseguir botar alguma coisa lá dentro. As construtoras estão com os estoques abarrotados. Apartamentos financiados estão sendo devolvidos. O FGTS continua sendo corrigido pela metade dos ídnices da poupança. A Caixa Econômica, que historicamente financiava de 80 a 100% do valor do imóvel, passou a financiar no máximo 50%. Apesar da inflação, a tabela do IR não mudou; a CPMF já teria voltado se dependesse só do Executivo. Você, que discorda dos panelaços, também tem o direito de se expressar. Só não devia fazer julgamentos preconceituosos. Tirar conclusões precipitadas. Dizer bobagens do tipo “os protestos vêm das varandas gourmet”, “quem bate panela é de direita”, “só em casa de rico tem panelaço”. A Zélia Cardoso de Melo também disse que depois do Plano Collor só os restaurantes de luxo estavam vazios. Ela ainda não tinha reparado que restaurantes de luxo têm funcionários: garçons, ajudantes de cozinha, faxineiros. E que esses trabalhadores, então, perderiam seus empregos. Que os fornecedores perderiam seus clientes.... que a economia, enfim, é uma teia que enreda a todos. Não trate os descontentes como idiotas, não se refira a eles como bocós. Porque, no caso, o bocó pode muito bem ser você.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A Sétima Década - ebook

Sinopse: Bebel e Carol, garotas paulistanas do bairro do Jabaquara, foram educadas para casar, ter filhos e ser boas donas de casa, como acontecia à maioria das meninas nascidas nos anos cinquenta do século XX. Mas eis que chegam os anos sessenta, e tudo começa a mudar. De um lado, a emancipação feminina, a revolução sexual, as drogas, o rock'n'roll. Do outro, o golpe militar e a ditadura. E elas terão que lidar com um mundo que se transforma. Uma sociedade que contesta a repressão e um terrorismo de Estado que reprime violentamente a contestação.Ao chegarem à sétima década de suas vidas, no século XXI, elas resolvem contar sua história: partilhar suas lembranças de como foi ser adolescente na sétima década do século XX. E como foi sair da adolescência nos anos setenta, depois de toda essa reviravolta.
A Sétima Década Autores: Na Caribé e Beatriz Nunes da Silva Editora: Cia do eBook Páginas: e-book Preço: R$ 9,90 Sinopse: Bebel e Carol, garotas paulistanas do bairro do Jabaquara, foram educadas para casar, ter filhos e ser boas donas de casa, como acontecia à maioria das meninas nascidas nos anos cinquenta do século XX. Mas eis que chegam os anos sessenta, e tudo começa a mudar. De um lado, a emancipação feminina, a revolução sexual, as drogas, o rock'n'roll. Do outro, o golpe militar e a ditadura. E elas terão que lidar com um mundo que se transforma. Uma sociedade que contesta a repressão e um terrorismo de Estado que reprime violentamente a contestação.Ao chegarem à sétima década de suas vidas, no século XXI, elas resolvem contar sua história: partilhar suas lembranças de como foi ser adolescente na sétima década do século XX. E como foi sair da adolescência nos anos setenta, depois de toda essa reviravolta.

domingo, 9 de agosto de 2009

PÕE NA RODA

Precisando de gente? Procurando profissionais de comunicação? Querendo divulgar produtos e serviços? Escreva para o M com P e M. A gente transforma seu comentário em postagem e divulga.

E aproveita, que é de graça!

À MESTRA, COM SAUDADE

Quando batizamos este blog, chamando-o de Mídia com Pão e Manteiga, só queríamos homenagear o popular desjejum nosso de cada dia. Só quando fomos escrever as iniciais é que nos demos conta: MPM. Não foi intencional, mas gostamos da coincidência. Porque estamos entre as muitas crias da MPM que ainda sobrevivem na publicidade brasileira. Não da MPM de hoje, em frente ao mar de Copacabana. Mas da lendária agência do casarão da Rua Dona Mariana, em Botafogo, no Rio. A que nasceu nos pampas, ganhou o país e chegou a ser a maior da América Latina. A primeira agência de publicidade onde pusemos nossos então jovens pezinhos, e onde demos os primeiros passos neste fazer publicitário que hoje nos garante a média-com-pão-e-manteiga e o ovo frito da sobrevivência. À velha e boa MPM, nosso melhor carinho e nossa eterna gratidão.

E QUE CULPA TEM O PORTUGUÊS?

Sempre fomos admiradores sinceros e entusiastas das Casas Bahia. Não só pelo profissionalismo com que tratam os clientes. Também pela adequação e inteligência de sua publicidade. Mas de uma hora para outra parece que bateu o desespero. Além de partir para uma linha apelativa (falei com o "seu" fulano, como se o saudosismo de resgatar essa politicazinha personalista e centralizadora fosse bom sinal), resolveram maltratar o pobre do português, falando a Casas Bahia...em todos os filmes de televisão. Não por acaso, lemos na Exame que a companhia está em crise e o comando mudou de mãos. Teriam mudado de agência, ou apenas quem passou a aprovar a publiciade é mais tosco? Exame diz também que o lucro encolheu quando passaram a aceitar cartões de crédito, o poder de pressão sobre o setor industrial diminuiu quando o grupo Pão de Açúcar comprou o Ponto Frio (ex-Pé Frio). Tá bão, tá bão, sabemos que o varejo sofre esses percalços. Mas...afinal, por que fazer o coitado do português pagar o pato...ou seria pagar o pinguim? Com todo respeito: A CASAS BAHIA...É O CATSO!